terça-feira, 24 de agosto de 2010

amores expressos

Mas era inverno. Embora o sol insistisse em brilhar intensamente. Ela acordou sentindo um gelado na garganta, em vão tentou encobri-lo com um cachecol, o que ela não sabia é que coberta nenhuma esquenta frio de espírito.
Pegou seu ônibus lotado, neste momento visualizou um rapaz sentado no banco ao seu lado. Fitou rapidamente e o fervor em sua garganta foi praticamente instântaneo. se olharam.
Gentilmente ele ofereceu para segurar sua bolsa, não estava pesada, mas ela não hesitou, entregou-lhe a mochila e seu sorriso.
Eis que o ônibus dá uma brusca parada, e os pés se entrelaçam casualmente, se olham mais uma vez, e neste momento se amam como nunca, ou talvez como sempre. Eles se desejam.
Quando ela se dá conta, o ônibus já está vazio, e com vários assentos vagos. Pega sua bolsa, agradece ao rapaz, e se dirige a poltrona mais próxima.
No ponto seguinte, ele desce e ela não sofre, mas sente um imenso alívio, porque acabara de descobrir que ainda era capaz de amar.

3 comentários:

Arthur disse...

Cara, ônibus são epifânicos. Ainda mais para nós, que passamos boa parte do dia neles. Temos até experiências parecidas!

Perdi a conta de quantas vezes me apaixonei loucamente por alguém que simplesmente desceu 3 ou 4 pontos depois. Deve ser alguma lição da vida =D

sabe que não sei... disse...

que lindo! Simplesmente lindo!

Anônimo disse...

isso é muito muito bom