quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Pela infância dos nossos dias


Lembro das tardes de janeiro naquele pequeno apartamento. Éramos sete. A vida era boa e o sol não tão quente. São José dos Campos parecia a melhor cidade do mundo e os morrinhos do terreno abandonado eram enormes e facilmente comparáveis com uma pista de Down Hill, das mais radicais e perigosas. Esses dias passei por lá e os morrinhos ainda estavam lá, mas dessa vez, eles pareciam tão pequenos. Aliás isso me lembrou dos dias em que íamos com a vó no Aquário lá em São Paulo, aquela variedade de peixes e de brinquedos que nos deixavam loucos. Também passei por lá tem alguns anos e vi que eram poucos os peixes e menores ainda os brinquedos.
Engraçado, quando somos pequenos tudo parece tão grande. Vejo a pequena Laura engatinhar pela casa, como é difícil vencer cada desafio como abrir a porta do armário ou engatinhar até o outro cômodo, mas ela não se cansa. Talvez seja isso, o mundo deve ser tão grande para as crianças porque elas não se cansam. Crescer (ok, nem tanto no meu caso) as vezes deixa as coisas pequenas e difíceis. Ser adulto é ter medo de abrir a porta do armário e preguiça de engatinhar até o próximo quarto.
As vezes evito ser adulto, mas tem dias que a "adultice" bate assim na gente, aí tudo parece pequeno e difícil. Nesses dias, sem dúvida o melhor a se fazer é ter uma criança por perto e de repente se ver engatinhando ao lado dela. Esquecer como o mundo é difícil e de que engatinhar pode causar dores nos joelhos.

Felizes são os que ainda sabem a felicidade que é abrir a gaveta mais alta do armário.