domingo, 19 de outubro de 2014

Sobre errar e tardes de domingo

Foi numa tarde de domingo ensolarada, embora não tão quente como o dia de hoje. Eu e meu avô debruçados no parapeito da janela, assistindo a vida passar. Meus olhos cheios de lágrimas evidenciavam a primeira grande dor de um garoto que nunca seu deu ao luxo de falhar, a primeira nota baixa no colégio. Jamais me esquecerei daqueles olhos grandes me dizendo: “fique tranquilo meu filho, existem alguns erros que só cometemos uma vez!”.             
Talvez eu tenha demorado alguns anos para entender o significado dessas palavras, embora não tenha mais degustado o sabor de uma nota baixa durante toda a vida escolar. Fato é que desde que entendi as palavras do meu avó, me permiti errar uma vez.
Se eu pudesse fazer um desejo hoje, pediria apenas mais alguns instantes como aquele na janela do meu avô. Preciso perguntar-lhe como lidar com os erros que acontecem duas, três e outras tantas mais na vida. Queria saber sua opinião sobre esses erros que as pessoas cometem quando estão ficando adultas e sobre aqueles que idade nenhuma parece que vai corrigir.                                     
Por fim e não menos importante, gostaria de saber porque as tardes de domingos andam tão mais quentes e porque não há mais bananada na venda da esquina.