domingo, 4 de julho de 2010

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Ontem recebi um recado seu. Um misto de sentimentos estranhos tomaram conta de mim. Quis perguntar se estava tudo bem, mas sabia que não estava.
Senti culpa por olhar minhas fotos alegres, enquanto em você só havia sombra e solidão, era como se você tivesse ficado esquecido naquele hall da entrada dos elevadores. A vida escorrendo pela minhas mãos, enquanto mal pingava pelas suas.
Não sei qual é o comprimento do seu cabelo, sua música favorita, talvez eu nem te reconhecesse na rua, as lembranças que tenho de você são apenas as das fotografias. Como pude me deixar perder você? Logo você que sempre foi tão especial.
Queria te perguntar como vai a vida, as amizades, os porres da faculdade, todas aquelas coisas boas que tem passado na minha vida. Aí se pudéssemos dizer como a vida é boa e fazer planos de viagens. Mas não dá, estou estática há 28 minutos diante do seu recado e não consigo escrever nada mais do que um olá.
Perdoe-me por não ter estado contigo e por ter sido tão fraca, por ter ido embora sem ao menos lhe dizer adeus. Só agora percebo o quão egoísta fui conosco.
Queria mais do que nunca voltar a aquele ano de 2003, te pegar pelo colo e te garantir que eu jamais lhe abandonaria novamente. Queria te levar pro Rio, pra São Paulo e para o infinito comigo.Queria te contar que voei, sem sentir culpa por saber que você estava enclausurado. E agora sei como você se sentiu, porque apesar de livre sinto-me presa em mim mesma.
Coloquei nossa música pra tocar, desde aquele recado já se passaram oito dias, penso nele todos os dias, sofro por ele todos os dias, e onde quer que eu vá, com quem quer que eu esteja, me sinto vazia. E esse é o pior vazio que alguém pode sentir, porque eu sei que ele não vai passar... ainda que eu volte a aquela casa, ainda que eu deixe meus cabelos crescer e volte a gostar de skate, eu não serei mais a mesma, e você também não será mais o mesmo, porque um dia, eu te esqueci e nada nunca vai poder mudar isso.

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