quinta-feira, 21 de junho de 2012

Metamorfose

Fez-se de borboleta. Como se voar para longe fosse a maneira mais segura de fugir de tudo. Não sabia nem ser capaz de ter asas, mas quando se deu conta, tudo aquilo já era pequeno meio a imensidão azul que avistava.
Apenas não sabia que distancia-se do mundo, mas jamais distancia-se de si. Fugir só acrescenta saudade.
Transformou-se então em casulo, enclausurou-se em seus pensamentos e sofrimentos, e aceitou todas suas verdades como inevitáveis e imutáveis.
Renasceu-se como lagarta, agora completa, se tornara capaz de viver o tempo certo de todas as coisas.

2 comentários:

Rafael Spínola disse...

Gostei do texto, achei bonito. Mas todas suas verdades como imutáveis? Acho que ninguém tem verdades imutáveis

Arthur disse...

O conforto da certeza imutável nunca compensará o imprevisível! Ser o mesmo de antes não é o mesmo de saber o mesmo de antes.